Mislow: a nova loja portuguesa que só vende peças de roupa sustentáveis (e bonitas)

Ana Maria Henriques tem 26 anos. Tiago Costa tem 32. Sempre viveram perto um do outro, a cerca de um quilómetro de distância, em Arruda dos Vinhos. “Com a diferença de idades nunca nos tínhamos cruzado mas acabei por reparar nas fotografias do Tiago [nas redes sociais] e só depois percebi que era um rapaz que morava aqui perto”, explica Ana Maria Henriques .

Estão juntos há quatro anos e ambos têm background na área da fotografia. Mas, atualmente, o seu principal projeto é a Mislow, a loja online que criaram a 23 de julho e que aposta na moda consciente. “Partilhamos o gosto pelo retrato e agora decidimos abrir a boutique”, conta.

É o primeiro projeto de ambos no mundo da moda, e o desejo de fundar um espaço na internet nasceu não só da sua paixão de ambos pelas peças de roupa sustentáveis, mas também da criatividade mútua. “Porque não abrir uma loja onde eu, como fotógrafa e criativa, e o Tiago também, nos possamos rodear de marcas boas, de pessoas imaginativas e projetos bonitos? Enquanto fotógrafo e criador, sinto-me bem quando estou rodeado de pessoas que estimulem a minha criatividade e que me permitam ter ideias”, explica-nos.

A designação da marca surgiu de uma forma bastante peculiar, explica Ana Maria Henriques, entre gargalhadas: “Nasceu um bocadinho do desespero do processo criativo de encontrar um nome.” Mislow não é apenas uma palavra sem significado. Foi Tiago, o outro responsável pelo projeto, que a propôs. Mislow é uma mistura de “miss”, graças ao destaque que dão à moda feminina, e “slow” surge do facto das peças serem moda lenta e sustentável.

A parceria com as diferentes marcas que encontramos na loja online surgiu durante a pandemia, numa altura em que a amizade entre o casal e os responsáveis de aprofundou. “Durante a pandemia acabei por criar amizades com os responsáveis das três marcas que tenho na loja, são amizades transatlânticas baseadas em projetos muito fortes e produtos ótimos.”

Ana Maria Henriques e Tiago Costa estão juntos há quatro anos.

Ana sabe que existem imensos produtos nacionais dignos de destaque, mas o seu foco é em marcas estrangeiras que ainda são pouco representadas no País, um mercado cada vez mais saturado. Atualmente, podemos encontrar produtos oriundos do Brasil.

A Sage é uma marca de biquínis e fatos de banho que tem como objetivo produzir peças com os melhores tecidos do mercado, aposta na riqueza dos detalhes, das duplicações, forros e aviamentos. Tudo pensando no tempo de vida de cada peça, para que não seja apenas mais uma das que se descartam todos os anos.

A Magàri Collection cria peças de vestuário para durar, não só pelo design atemporal mas também pela integridade da fabricação. O objetivo é garantir estilo com qualidade e longevidade.

Por último, encontramos a Be.each, uma insígnia dedicada ao universo masculino, que valoriza a conexão das pessoas ao meio ambiente, respeitando as particularidades individuais, estimulando a liberdade e preocupada com a sustentabilidade da cadeia de consumo.

O casal pretende, porém, expandir a oferta. “Brevemente contamos com a presença de uma marca britânica, e gostava muito de trazer algumas marcas da Austrália. O mercado deles a nível de moda sustentável é incrível”, confessa Ana Maria Henriques. Sem revelar o nome, visto que a parceria ainda não está totalmente fechada, a proprietária conta-nos, em exclusivo, que “é uma marca feminina de vestidos, de conjuntos de duas peças.” E acrescenta: “Vamos voltar outra vez à moda feminina. Sentimos que está a faltar aquela peça clássica feminina para ter no guarda-roupa, muito ao jeito parisiense. É um bocadinho por aí que vamos agora.”

Os planos para 2022 incluem alargar a oferta da loja, com o desejo crescente de se expandiram para campos pouco explorados atualmente. “Dentro da moda ainda gostava de apostar nos acessórios e na joalharia: existem muitas marcas lá foram com imenso potencial.” Além disso, querem introduzir peças de decoração, que sigam a estética e a lógica do movimento vintage. “Esses artigos [vintage] vão ao encontro daquela onda consciente que queremos passar: não comprar novo, mas reutilizar.”

Por enquanto, a Mislow apenas tem uma loja online, mas a proprietária gostaria de abrir um espaço loja físico: “Gostaria imenso de ter um showroom”, diz Ana Maria Henriques com um tom de esperança na voz.

Veja a galeria para descobrir algumas das peças conscientes desta nova loja portuguesa.

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