A nova marca de roupa portuguesa aposta nos ditados e nos padrões de outros tempos

Se um dia os seus filhos chegassem perto de si e lhe dissessem que queriam lançar uma marca de roupa, o que faria? Foi precisamente este o dilema com o qual Ana Rodrigues, de 42 anos, se deparou ainda no ano de 2020, quando dois dos seus filhos insistiram para que o fizesse.

“Eu gosto e sempre gostei de moda, e isso foi uma coisa que me acompanhou sempre ao longo do tempo”. “Entretanto eu desliguei um bocadinho disso, pelo menos a nível de negócio.” Rapidamente tudo mudou.

“Os meus filhos, no caso o meu filho mais velho e a minha filha do meio insistiram tanto, durante algum tempo, para criar uma marca. Algo que fosse mais ao estilo deles, algo que com o qual nós nos identificássemos. Eventualmente eu cedi.” E assim nasceu a Treze, a nova marca de roupa que procura aliar modernidade à tradição.

A insistência não aconteceu por acaso. Ana Rodrigues chegou a ter uma marca que vendia apenas online. “Depois, como são miúdos desta era, quiseram investir um bocadinho naquilo que poderia vir a ser um futuro para os dois dentro das áreas que os dois gostam.”

Rodrigo, tem 20 anos, e é um dos responsáveis pela área do marketing em conjunto com a mãe. Mariana, tem apenas 12, mas é a grande visionária de tudo aquilo que se vai sendo criando.

“A Mariana trata da parte mais artística, é quem idealiza tudo, e foi ela quem construiu os padrões da nova coleção. Fê-los à mão e no iPad, durante o confinamento da pandemia. Ela tem assim uma vibe muito anos 70 e 80, então inspirou-se muito nos nossos álbuns de fotografias e em coisas mais antigas”, revela a mãe.

Fotos usadas como inspiração da primeira coleção.

Para a primeira coleção, o objetivo era simples: criar algo que fosse inovador, que respeitasse a tradições portuguesas e que fosse sustentável. Uma ideia que partiu de Rodrigo e à qual a mãe foi sensível. Para isso, tinha inicialmente a ideia de recorrerem a têxteis novos que fossem mais amigos do ambiente. No entanto, não foi possível fazê-lo.

Tiveram que optar por uma segunda via igualmente respeitadora do ambiente. Procuraram fornecedores de tecidos e resgataram sobras de materiais que não poderiam ser comercializadas. Nelas estamparam os padrões que pretendiam.

Todo este processo demorou algum tempo. O conceito começou a ser imaginado em 2020, mas só no início de 2021 é que começou a ser concretizado. Em outubro foram feitas as primeiras vendas.

Desde então muito aconteceu e a Treze acaba de lançar uma nova coleção, sem padrões, mas inspirada novamente no passado português, mais concretamente nos provérbios nacionais que vão passando de geração em geração.

“Lançámos agora três camisolas feitas em algodão orgânico e depois no final do mês vamos lançar mais modelos”, começa por contar Ana Rodrigues. “O que quisemos foi pegar numa peça casual que qualquer pessoa e género possa usar, e aplicar-lhes provérbios portugueses que tantas vezes se usam e que fazem lembrar as nossas avós, como o ‘pela boca morre o peixe’ ou o ‘tira o cavalinho da chuva’ que usamos tão corriqueiramente.”

Inicialmente, todas as peças podiam ser compradas através do site da marca, que está atualmente com problemas técnicos, mas que será relançado brevemente. Até lá todas as compras podem ser feitas através da página de Instagram e do e-mail. Os preços variam entre os 45€ e os 105€.

Veja na galeria para conhecer algumas das peças da marca.

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