15 anos depois, a Deeply deixou de ser um exclusivo da Sport Zone. Além do mercado português, online e em parceria com lojas especializadas, a empresa aposta forte no comércio digital internacional. Itália e Alemanha são mercados em crescimento.
A marca de fatos de surfe mais usada em Portugal reinventou-se, valorizou-se e está pois a reposicionar-se para se tornar numa etiqueta de moda global. 15 anos depois de ter sido criada, a Deeply deixou de ser um exclusivo da cadeia de lojas de desporto Sport Zone e, agora, aposta forte no comércio digital internacional para atingir novos mercados. “O nosso canal preferencial é o online, é a nossa loja online“, esclarece Mónica Pimentel.
“Temos também vindo a trabalhar a nossa presença física através de parcerias com escolas de surfe na parte mais técnica. Na parte de lifestyle, o nosso caminho também passa por apostar em parcerias locais. Em Portugal, ainda só temos uma, a Grua Surf Co. em Matosinhos. Estamos a avaliar outras possibilidades mas, em França e em Espanha, já temos um conjunto alargado de parceiros”, revela a diretora-geral da Deeply.
“Há retails e surf shops que se identificam com os valores da marca e com esta nossa forma de tratar o surfe, menos massificada e mais cuidada”, sublinha Mónica Pimentel, que recentemente apresentou a nova coleção da etiqueta, que pode ficar a conhecer de seguida, numa apresentação em Lisboa. “Acreditamos que o online nos faz chegar a todo o lado. Mais de 50% das nossas vendas são para fora de Portugal”, esclarece.
Espanha e França são, a par de Portugal, os mercados onde a marca mais vende mas, num futuro próximo, a Deeply quer ir mais longe. “O nosso objetivo é aumentar claramente a nossa penetração na Europa. Sem nunca termos investido lá, já temos no entanto algumas vendas em Itália. Temos também algumas vendas na Alemanha e outras noutras partes do mundo mas essas ainda pouco expressivas”, garante a diretora-geral da empresa.
Reino Unido e Irlanda, se o Brexit não lhes trocar as voltas, são outros dos países na mira da companhia portuguesa. “O que fizemos em França e em Espanha, estamos a tentar consolidar um bocadinho esse investimento e depois alargaremos, foi entrar no mercado em várias frentes. Quando chegámos a França, há dois anos, identificámos as melhores escolas de surfe e começámos a trabalhar com elas”, explica assim a executiva.
“Associámos essa estratégia a um investimento digital e recorremos a influenciadores também locais. Fazemos uma abordagem mais holística, que cobre toda a esfera do digital, com os nossos meios, com os influencers e com a imprensa e, ao mesmo tempo, também uma presença física. Acreditamos nessa abordagem integrada. Será o que vamos fazer para os outros mercados quando avançarmos”, confessa Mónica Pimentel.
O que distingue a nova coleção de moda da Deeply
Para o outono/inverno de 2019/2020, a etiqueta de moda portuguesa desenvolveu entretanto uma linha diferenciadora. “As marcas têm que ter uma alma. Acho que a Deeply, estava sem dúvida , a certa altura, numa dualidade. Tinha de servir o mercado de clientes da Sport Zone e outros clientes, que são aliás aqueles a que a marca se quer dirigir. No final do ano passado, tivemos que fazer uma reflexão estratégica para definir a nossa alma”, assume a executiva.
“Temos uma equipa muito apaixonada, muita gente que tem, de facto, uma vida ligada ao surfe e a coleção reflete um bocadinho aquilo que nós acreditamos que a marca deve ser. Temos uma moda consciente, grande parte feita em Portugal, com tecidos reutilizáveis, tecidos orgânicos e tudo o que são matérias primas, mas também o processo produtivo que acreditamos que, no fundo, reflete os valores da marca”, garante Mónica Pimentel.Consuma a moda de uma forma mais conscienteVer artigo
“No pré-lançamento da campanha, apresentámos uma série de filmes, nas nossas redes sociais, com os produtores e com as fábricas que, em Portugal, estão a fazer a coleção. Estamos a apostar numa moda mais consciente e mais sustentável, que é o que nós defendemos. Do ponto de vista estético, também reflete um bocadinho esta alma da marca. É uma coleção que é discreta e que qualquer pessoa pode vestir. Não é uma coleção que tenha um alvo específico. Tem mais a ver com uma forma de estar na vida e isso também se reflete nas nossas peças”, afirmou a diretora-geral da Deeply em declarações ao Modern Life.
“É discreta, é atual e é consciente. Sustentável e consciente”, reitera a executiva. As cores fortes e os padrões intensos, atualmente em voga, não foram uma aposta dos criadores da nova coleção, que não se querem limitar a reproduzir tendências. “Não nos revemos nessa estratégia”, refere Mónica Pimentel. “Somos uma marca discreta na sua forma de comunicar, muito apaixonada e muito ligada à origem do surfe”, garante.
“Estamos num momento de viragem, tanto do ponto de vista daquilo que é a alma da marca como da própria coleção, que é a primeira que desenhámos de raiz à luz desta nova estratégia”, sublinha. “Existimos há 15 anos e temos um estilo próprio, claramente. É nele que acreditamos e é esse que queremos continuar a desenvolver. Já estamos a trabalhar na coleção para a primavera de 2020 e é esse que vai ser para manter”, afiança ainda.